Sou uma andorinha que perdeu o jeito de voar, como quem perde a inocência de ser criança... Cresci e em vez de abrir as asas para voar bem alto, deixei ficar o meu pensamento longe... Apenas ele voava... E levava-me aos lugares mais belos da minha imaginação.
Sou assim. Não sei ser de outra forma. Não sei voar sozinha e nem sei deixar de sonhar...
Sou como a brisa do Verão, que bate no rosto e foge. Nunca se deixa agarrar... A minha imaginação inventa lugares, cores, luzes e sentimentos. Inventa histórias de encantar... Esquece-se que cresci e inventa príncipes e princesas, donzelas enclausuradas salvas pelo amor da sua vida...
Sou assim. Uma crianpça que cresceu e não quis deixar de sonhar. Sou assim e não sei ser diferente.
Sou menina e mulher... Sou tudo e não sou nada... Sou Verão e Inverno... Sou frio e sou calor...
Sou assim e sou apenas eu... Sou terra e mar... Sou rio que corre impaciente até à foz, para poder enfim chorar frente ao mar...
Sou eu... E nada mais sei ser... Nada mais há que inventar... Sou assim e não quero mudar... Só quero apenas sonhar...
P.S.- Em homenagem a todas as crianças que cada um tem dentro de si. Não podemos deixá-las desaparecer. Sejamos nós mesmos, sem inventar disfarces.
29.12.2006