Se eu pudesse voar, voava para bem longe da dor e do sofrimento. Voava até ao infinito, até ao vazio e ficava por lá onde não podia sentir, chorar nem sofrer. Não posso... Não posso voar, não posso chegar ao vazio, não posso deixar de sentir, chorar ou sofrer... Tudo o que sinto, não deveria sentir, porque estou a magoar quem gosta de mim. Aquilo por que choro, não deveria chorar, porque não faz qualquer sentido cada lágrima que derramo por coisa que acabou. Aquilo por que sofro, não merece a dor que lateja cá dentro, porque, simplesmente, ignora o sentimento que me tira o sono, quando só resta fechar os olhos e esquecer o mundo. Depois pergunto «Que faço eu aqui? Porque choro e sofro?» e a resposta teima em evitar a derradeira realidade da vida. É sempre igual a si própria «não sei...». No final da linha, acabamos por descobrir o que sempre soubemos: sinto, choro e sofro, porque é assim que tem de ser...
25.12.2006
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