sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Pensamento da semana:

A Vida Não é Um Conto de Fadas...
Borboletinha
*@@*

Próximos Devaneios

Bem, amanhã talvez hajam mais... Por hoje é tudo... Fiquei deprimida por relembrar os momentos que me marcaram ^^







Borboletinha




Andorinha

Sou uma andorinha que perdeu o jeito de voar, como quem perde a inocência de ser criança... Cresci e em vez de abrir as asas para voar bem alto, deixei ficar o meu pensamento longe... Apenas ele voava... E levava-me aos lugares mais belos da minha imaginação.
Sou assim. Não sei ser de outra forma. Não sei voar sozinha e nem sei deixar de sonhar...
Sou como a brisa do Verão, que bate no rosto e foge. Nunca se deixa agarrar... A minha imaginação inventa lugares, cores, luzes e sentimentos. Inventa histórias de encantar... Esquece-se que cresci e inventa príncipes e princesas, donzelas enclausuradas salvas pelo amor da sua vida...
Sou assim. Uma crianpça que cresceu e não quis deixar de sonhar. Sou assim e não sei ser diferente.
Sou menina e mulher... Sou tudo e não sou nada... Sou Verão e Inverno... Sou frio e sou calor...
Sou assim e sou apenas eu... Sou terra e mar... Sou rio que corre impaciente até à foz, para poder enfim chorar frente ao mar...
Sou eu... E nada mais sei ser... Nada mais há que inventar... Sou assim e não quero mudar... Só quero apenas sonhar...
P.S.- Em homenagem a todas as crianças que cada um tem dentro de si. Não podemos deixá-las desaparecer. Sejamos nós mesmos, sem inventar disfarces.

29.12.2006

Voar

Se eu pudesse voar, voava para bem longe da dor e do sofrimento. Voava até ao infinito, até ao vazio e ficava por lá onde não podia sentir, chorar nem sofrer. Não posso... Não posso voar, não posso chegar ao vazio, não posso deixar de sentir, chorar ou sofrer... Tudo o que sinto, não deveria sentir, porque estou a magoar quem gosta de mim. Aquilo por que choro, não deveria chorar, porque não faz qualquer sentido cada lágrima que derramo por coisa que acabou. Aquilo por que sofro, não merece a dor que lateja cá dentro, porque, simplesmente, ignora o sentimento que me tira o sono, quando só resta fechar os olhos e esquecer o mundo. Depois pergunto «Que faço eu aqui? Porque choro e sofro?» e a resposta teima em evitar a derradeira realidade da vida. É sempre igual a si própria «não sei...». No final da linha, acabamos por descobrir o que sempre soubemos: sinto, choro e sofro, porque é assim que tem de ser...

25.12.2006

Os Meus Segredos (ou então, não!)

Há 5 minutos atrás pedi que me dessem valor... Pois muito bem! Achei que talvez fosse simpático da minha parte partilhar os meus pensamentos mais profundos com quem (supostamente!) lê este blog... Cada um tem a sua data de quando foi escrito. Espero que sirva de alguma coisa... Quando muito, de consolo para alguém que se sente como eu...

Um Mínimo de Valor, Por Favor!

Ainda gostava de saber se algum dia alguém vai aqui passar, achar que até tenho piada e coisas interessantes para dizer, parar um pouco e ler algum dos posts que aqui tenho... Enfim, não é que sejam grande coisa, mas são pensamentos meus e gostava que alguém, mesmo que desconhecida por mim lhes desse algum valor e me dissesse 'sim senhor, está muito bom!' ainda que isso fosse apenas da boca para fora...

Miguel Sousa Tavares



Miguel Sousa Tavares nasceu no Porto, Portugal. Abandonou a advocacia pelo jornalismo, até se entregar à escrita literária. Colunista do jornal Público e da revista Máxima, é comentador político na TVI (televisão independente). Jornalista famoso e controvertido, é dono de opiniões fortes, trava polêmicas em vários campos: política, literatura, desportos e outros. O seu livro mais conhecido é “Equador”, que obteve enorme receptividade entre o público leitor. O autor é filho da grande poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen, falecida em 2004.


Nota: Também esta é muito pequena e mais uma vez peço a quem souber de um site com uma biagrafia mais detalhada que me comunique o endereço. Obrigada.

Luís Miguel Rocha


Luís Miguel Rocha nasceu no Porto. Trabalha como guionista para televisões portuguesas e inglesas. É autor do romance «Um país encantado» e do best-seller internacional «O último Papa» , já publicado em mais de 20 países (em Itália pela Cavallo di Ferro, 2006) e cuja adaptação cinematográfica de Hollywood está prevista para 2008/09.

Nota: Apenas encontrei desponível na web esta pequena biografia. Quem por acaso souber de um site com uma biografia mais detalhada, agradeço o favor de me ceder o endereço. Obrigada

José Rodrigues dos Santos

José Rodrigues dos Santos nasceu em 1964, na Beira, em Moçambique. Quando era ainda um bebé, mudou-se para a cidade de Tete, convivendo, por isso, de perto com a Guerra Colonial. Os seus antepassados participaram, directamente, na Primeira Guerra Mundial, na Flandres e na já citada Guerra Colonial, em África. Por este motivo, A Filha do Capitão, o seu segundo romance, é assim assumido como uma homenagem a todos os portugueses que nelas participaram.
Apesar da sua faceta de escritor é reconhecido, principalmente, pelo triunfo na carreira de jornalista. Estreou-se como tal em 1980, na Rádio Macau. Depressa ascendeu no mundo jornalístico e foi trabalhar para Londres, na prestigiada estação televisiva BBC, entre 1987 e 1990. Voltou a Portugal onde começou a apresentar o 24 Horas, na RTP e em 1991 passou para a apresentação do Telejornal. Em 1993, tornou-se colaborador da CNN até 2002.
É doutorado em Ciências da Comunicação, com uma tese sobre reportagem de guerra, e professor da Universidade Nova de Lisboa, tendo ocupado por duas vezes o cargo de Director de Informação da RTP.
Entre os diversos prémios profissionais e académicos com que foi distinguido, destacam-se o Prémio Ensaio do Clube Português de Imprensa (1986), o Prémio de Mérito Académico do American Club of Lisbon (1987), o Grande Prémio de Jornalismo do Clube Português de Imprensa (1994), três prémios da CNN, nomeadamente o Best News Breaking Story of the Year (1994), o Best News Story of the Year for the Sunday (1997) e o Cintributor Achievement Award (2000). Como repórter, José Rodrigues dos Santos cobriu diversos países em guerra ou conflito civil, designadamente Timor-Leste, Angola, África do Sul, Kuwait, Iraque, Bósnia e Jugoslávia.
Como escritor tem publicados quatro ensaios, sendo eles Comunicação, Crónicas de Guerra I – Da Crimeia a Dachau, Crónicas de Guerra II – De Saigão a Bagdade, A Verdade da Guerra; e quatro romances: A Ilha das Trevas, A Filha do Capitão, O Codex 632 e A Fórmula de Deus.

Camilo Castelo Branco

Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco nasceu em Lisboa a 16 de Março de 1825. Ficou órfão de mãe aos dois anos e de pai aos nove. A partir desta idade passa a viver em Vila Real com uma tia paterna. Aos 16 anos casa-se com Joaquina Pereira e, dois anos depois, em 1843, matricula-se na Faculdade de Medicina, no Porto, mas não conclui o curso. Em 1845, estreia-se na poesia e no ano seguinte no teatro e no jornalismo. Quando completa 21 anos, rapta Patrícia Emília e vai viver com ela na cidade do Porto. Logo depois é acusado e preso por bigamia. Em 1847 fica viúvo. Depois de conseguir a liberdade, Camilo tem alguns amores passageiros até encontrar, por volta de 1856, Ana Plácido. Uma vez que ela é casada com Pinheiro Alves, um rico comerciante local, Camilo ingressa no Seminário do Porto, onde tem um caso com a freira Isabel Cândida. Depois de tentar o suicídio, consegue viver junto à sua amada, que abandona o marido para viver com o escritor. Funda vários jornais e em 1855 é o redactor principal de O Porto e de Carta. Em 1860, Manuel Pinheiro Alves desencadeia o processo de adultério: em Junho é presa a mulher e a 1 de Outubro Camilo entrega-se na cadeia da Relação do Porto. D. Pedro V visita-o, em 1861, na cadeia, e a 16 de Outubro desse ano os réus são absolvidos.
Camilo e Ana têm dois filhos com problemas de saúde e, por isso, enfrentam sérios problemas financeiros. Para garantir a sobrevivência da família, Camilo passa a escrever por encomenda, tornando-se o primeiro escritor português a viver exclusivamente da literatura.Entre 1862 e 1863, o escritor publica onze novelas e romances atingindo uma notoriedade dificilmente igualável. Em 1864, fixa-se na quinta de S. Miguel de Ceide (propriedade de Manuel Pinheiro Alves, que, entretanto, já faleceu, em 1863) e nasce-lhe o terceiro filho, Nuno. Quatro anos depois, dirige a Gazeta Literária do Porto; em 1870 inicia o processo do viscondado (o título ser-lhe-á atribuído em 1885), e, em 1876, toma consciência da loucura do segundo filho, Jorge. No ano seguinte morre Manuel Plácido. A partir de 1881, agravam-se os padecimentos, incluindo a doença dos olhos. Em 1888 Ana e Camilo casam-se. Em 1889, por ocasião do seu aniversário (16 de Março), é objecto de calorosa homenagem de escritores, artistas e estudantes, promovida por João de Deus. Em 1890, a novela da vida de Camilo chega ao fim. Ele suicida-se com um tiro de pistola em 1 de junho.

Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco

O livro conta a história de dois apaixonados, Simão e Teresa, que são impedidos de viver o seu amor pelas respectivas famílias que se odeiam mutuamente. Simão e Teresa fazem o possível e o impossível para ficarem juntos mas em vão. Simão é obrigado a esconder-se para não ir preso e Teresa é enclausurada num convento. O rapaz, com a ajuda de uma camponesa chamada Mariana e do pai desta, tenta a todo o custo soltar Teresa até que é preso. Por fim, Simão é condenado à forca mas o seu pai intercede por ele e a pena passa a ser o degredo para a Índia, enquanto Teresa adoece e fica às portas da morte. A última vez que se vêm é quando Simão vai a caminho do barco que o ai levar ao degredo e Teresa está à varanda do convento onde está ‘presa’. A rapariga morre nesse instante e fica debruçada sobre a varanda. Por sua vez, Simão morre durante a viagem e quando lançam o seu corpo ao mar, Mariana atira-se com ele e morre também. A única coisa que resta são as cartas que Simão e Teresa escreviam um ao outro.




Opinião sobre o Livro:

Na minha opinião Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco é um livro muito interessante e bastante fácil de ler. Acho que o autor chega com muita facilidade ao leitor uma vez que fala directamente com ele em diversas passagens do livro. Por ser também uma história muito parecida com a de William Shakespeare (Romeu e Julieta) aumenta a curiosidade em saber a continuação da história. Camilo Castelo Branco tinha um estilo muito próprio de escrever as suas novelas e uma imaginação muito criativa (que, provavelmente, se devia ao facto de ter uma vida atribulada e cheia de histórias interessantes). Recomendaria o livro mesmo a quem não gosta de ler porque a história, só por si, cativa qualquer pessoa uma vez que trata de um tema que quase toda a gente gosta: o amor. É um pouco fantasiada em alguns sentidos mas ainda assim uma excelente produção escrita de Castelo Branco. Nunca tinha lido nenhum livro deste autor, apesar de já ter ouvido falar de muitas das suas obras, e estava com algum receio que a leitura desta novela fosse um pouco cansativa mas afinal foi um livro que adorei ler e que me fez interessar pelo estilo de escrita de Camilo Castelo Branco.

O Último Papa, de Luís Miguel Rocha

Qaundo comecei a ler o livro a história prendeu a minha atenção e tomei como minhas quase todas as emoções das personagens. A protagonista, Sarah, foi aquela que me chamou mais a atenção, não por ser a personagem principal, mas porque o percusro dela prende-nos até à última frase do livro. Nos primeiros capítulos senti uma enorme injustiça pois Sarah é perseguida e acusada de crimes que não cometeu. Depois vem uma grande surpresa quando ela descobre que um homem que a estava a perseguir é o seu ‘salvador’. A irritação surge ao longo de toda a história porque sempre que a protagonista quer saber a verdade Rafael, o salvador, nega-a e quando revela alguma coisa nunca diz tudo sobre o assunto. O livro despertou-me outros sentimentos como a raiva e a indignação perante as atitudes das personagens que cometeram os crimes de que Sarah é acusada. Também senti um pouco da tristeza de Sarah quando ela descobriu que o pai era membro da organização que andava a persegui-la (P2-Propaganda Duo) e um dos sentimentos positivos que a leitura do livro me provocou foi a felicidade por causa da paixão de Sarah por Rafael uma vez que tudo o que lhe acontecia era mau e essa paixão foi como que a luz ao fundo do túnel.
Nos últimos capítulos fiquei indignada porque se descobre que Rafael era padre e a paixão de Sarah vai por ‘água a baixo’. Fiquei também admirada com a frieza da organizção, porque mataram muita gente inocente para atingir objectivos sem sentido, e espantada com a descrição da morte do Papa João Paulo I. Mas nessa mesma descrição tive, de certo modo, pena do assassino pois ele chorou depois de ter cumprido aquilo a que ia, matar o Papa.
Quando Sarah está a salvo com a família fiquei mais aliviada, mas um acontecimento nas últimas linhas do livro fez-me ficar ansiosa pois o final ficou em aberto dando a entender que a organização ia continuar a fazer parte da vida de Sarah uma vez que o assassino do Papa voltou a contacta-la.
Gostei muito de ler o livro e recomendo a sua leitura porque tem uma história fascinante e cheia de mistério, tem também muita acção e a maneira como o autor narra os acontecimentos também contribui muito para o sucesso, uma vez que ele narra acontecimentos do presente e sempre que quer explicar o porquê daquela parte do livro recorre a cenas já passadas mas sem nunca desvendar tudo. Deixa sempre uma ponta de mistério e uma pista para o leitor ir atrás até descobrir o que realmente aconteceu.
As únicas coisas que acho que correram mal no livro foram o facto de o autor nunca explicar muito bem o tipo de ligação do pai de Sarah com a organização e qual era a sua função na mesma, fiquei com a ideia de que ele era pouco importante na P2. Outro aspecto que também não foi o melhor foi que o autor deu pouca importância ao pai da protagonista, pois ele só fala para dar explicações à filha e já que ele era o maior implicado porque fazia parte da antiga lista de membros da organização acho que devia ter tido um pouco mais de protagonismo. Também não gostei muito da simplicidade do código, acho que foi muito facil de desvendar. Podia ter sido um pouco mais complexo para dar mais sentido à morte do director do museu, porque assim deu a entender que ele morreu por causa de uma coisa que era muito fácil de descobrir.
Apesar disso gostei muito de ler o livro porque tem um tema interessante e tem muito mistério que nos faz puxar pela cabeça para seguirmos as pistas com as personagens.

A Filha Do Capitão, de José Rodrigues dos Santos

O LIVRO:
A história tem início em 1890, ano em que nasce Afonso da Silva Brandão.
Os pais de Afonso, Rafael e Mariana, já tinham cinco filhos, mas em 1889, morre António, o filho do meio, e a dor instala-se no lar. Certa noite, Rafael sonha que Deus aparece e lhe diz que lhe destinou cinco filhos e que por isso, se um morrera, tinha de vir outro. Foi assim que, no ano seguinte, Afonso nasceu. Era um rapaz inteligente, de uma cidade do Ribatejo português, Rio Maior. Por essa altura, tinha sido construída uma escola na cidade e foi lá que Afonso aprendeu a ler, escrever e fazer contas. Em 1900 deixou a escola e foi trabalhar para a serração, mas como não tinha jeito acabou por ir trabalhar para a Casa Pereira, cuja proprietária era Dona Isilda, uma viúva que tinha uma filha. Carolina, assim se chamava a menina, foi a primeira paixão da sua vida. D. Isilda, ao perceber a aproximação entre os dois e conhecendo bem a filha, que era arisca, mandou Afonso para Braga, estudar para ser padre. Afonso era um dos melhores alunos e mantinha grandes conversas filosóficas com os padres que o ensinavam, mas em 1906, agora com dezasseis anos, voltou para Rio Maior, pois o Reitor do seminário achou que ele não tinha vocação. Ao chegar à cidade natal, Afonso procurou Dona Isilda para que esta o deixasse trabalhar na loja, mas ela disse que estava com alguns prejuízos e não o podia readmitir. Temendo nova aproximação da filha e do rapaz, a viúva contratou explicadores para que Afonso passasse nos exames de admição para a Escola do Exército e lá foi ele em 1907 para o curso de Infantaria.
*
Um pouco longe de Portugal, em França, mais propriamente em Lille, em 1891, nasce uma menina chamada Agnès. Era filha de burgueses de origem flamenga, Paul e Michelle Chevallier, proprietários de uma loja de vinhos. A pequena sonhava ser enfermeira como a sua heroína Florence Nightingale. Tinha os cabelos claros e encaracolados e os olhos de um verde-vivo e intenso. A memória mais viva e mágica que guardou da sua infância foi a visita à Exposição Universal de 1900, em Paris, onde ficou maravilhada com as novas tecnologias. A certa altura da vida, Agnès começou a interessar-se pela arte do vinho devido a uma explicação que o pai lhe dera e que ela nunca entendeu, quando lhe perguntou porque é que ele gostava tanto de vinho. Tornou-se uma verdadeira expert. Em 1911, foi para Paris, estudar medicina, onde conheceu Serge, o seu primeiro marido.
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Em 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial, Serge alistou-se para combater pela França e após três meses de casamento Agnès ficou viúva. Suspendeu o curso e pensou em ir trabalhar mas foi acolhida pelo barão Redier, também ele viúvo. Em 1916 casaram pelo Registo Civil.
Nesse mesmo ano, Afonso, agora capitão, foi para a guerra ajudar os aliados. Os portugueses estavam desmotivados, o que dificultou a participação de Portugal na guerra. O oficial comandava uma companhia da Brigada do Minho e estava havia apenas dois meses nas trincheiras da Flandres quando, durante o período de descanso, decidiu ir pernoitar a um castelo perto de Armentières. Conheceu aí uma deslumbrante baronesa e entre eles nasceu uma atracção irresistível. Ela era Agnès. Depois que Afonso voltou para a linha da frente, começaram a encontrar-se fora do castelo Redier, até ao dia em que o marido dela descobriu e foi buscá-la. Ainda assim, ela voltou e separou-se do barão. O capitão e a ex-baronesa fizeram planos de casamento e vida em comum. Os problemas surgiram quando Afonso estava prestes a sair da guerra, no dia 9 de Abril de 1918. O Alto Comando Alemão, reunido em segredo em Mons, decidiu que chegara a hora de lançar a grande ofensiva para derrotar os aliados e ganhar a guerra e escolheu o vale do Lys como palco do ataque final. À sua espera, ignorando o terrível cataclismo prestes a desabar sobre si, encontrava-se o Corpo Expedicionário Português. Os portugueses tentaram resistir mas a maioria foi feita prisioneira. O capitão Afonso Brandão era um deles.
Por esta altura, Agnès estava grávida e deu à luz em Outubro de 1918, enquanto Afonso deseperava preso na Alemanha sem notícias da filha e da amada.
Quando, finalmente, voltou para Rio Maior ficou a saber que Agnès e a criança haviam morrido. Em 1920, casou com Carolina. Anos mais tarde, em 1928, após a morte da sogra, o capitão descobriu a carta de Paul Chevallier e ao lê-la viu que afinal a filha estava viva e que Dona Isilda lhe tinha mentido. Partiu para Lille para ir buscar Marianne. Depois de contar tudo o que lhe havia sucedido, Afonso pôde, enfim, abraçar a filha perdida, fruto do único e verdadeiro amor da sua vida.


OPINIÃO (minha claro!):
A Filha do Capitão é um livro fascinante. Ao contar uma linda história de amor que resistiu durante a guerra, leva-nos para um mundo à parte. Faz-nos reviver todos os momentos em geral e cada um em particular. Atira-nos para a linha da frente da Primeira Guerra Mundial, na Flandres, no sector português e leva-nos a imaginar que somos um desses soldados que tão bravamente combateram contra os alemães. Suscita a curiosidade de saber mais e mais e só paramos quando já não restam palavras neste livro comovente e ao mesmo tempo chocante. Leva-nos a viver uma guerra da qual muitos apenas ouviram falar. Dá-nos a noção dos sentimentos vividos naquela altura e principalmente ensina-nos a ver o mundo de uma maneira bem diferente. Muitos soldados viram morrer camaradas, viram outros feridos e tiveram de os deixar para trás e passaram por situações inimaginavéis para alguém que nunca passou por tal coisa. Desde a pouca higiene até à falta de condições para dormir, os heróis portugueses passaram por tantas e tantas outras precaridades até poderem finalmente voltar para suas casas.
Um livro não aconselhável a pessoas muito sensíveis pelo tipo de situações retratadas mas excelente para quem quiser aproximar-se e perceber melhor uma das passagens mais sangrentas e tristes da nossa história.
Adorei lê-lo e voltaria a fazê-lo com o maior gosto. Principalmente, porque no meio de tanta guerra conhcemos um romance cheio de alegria, amizade e força de vontade entre um oficial português e uma francesa. É diferente de todas as histórias de ‘e viveram felizes para sempre’ relatada por um grande escritor português.

Equador, de Miguel Sousa Tavares

Ann nunca os abandonaria. Foi isto que ela prometeu a David, seu marido, e posteriormente a Luís Bernardo, o governdador de S. Tomé e Príncipe e seu amante. Foi isto também que, inconscientemente, porque nunca o disse, Luís Bernardo prometeu aos negros que estavam na ilha a trabalhar como escravos nas roças: nunca os abandonaria à mercê dos roceiros que os tratavam como animais.
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Depois de David a ter humilhado na Índia, Ann nunca mais lhe teve o mesmo amor de antes. Ela sabia que David não aguentaria sozinho o peso dessa humilhação e prometeu nunca o abandonar. A verdade é que fisicamente Ann esteve sempre presente do lado dele, mas como sua mulher de facto ela já o havia abandonado há muito.
Assim o faria também com Luís Bernardo. Abandoná-lo-ia sem pudor e da pior maneira, que ele só percebeu quando a viu nos braços não do marido mas de um negro que ele e David haviam salvo da morte certa. Ele amou-a desde o primeiro instante e Ann cegou-o de paixão e desejo. Fê-lo acreditar que iria tê-la ao seu lado para sempre e que deixaria tudo por ele. Fê-lo trair a confiança e a amizade de David e pôr em causa a sua missão.
Era uma mulher sem escrúpulos, capaz de se fazer frágil e sensível, mas isso era apenas o véu que escondia o seu egoísmo e a sua capacidade de magoar os outros. Abandonou-os aos dois. A David abandonou-o no carinho e no amor. A Luís Bernardo abandonou-o na vida, na paixão. Em tudo o que ele tinha ela abandonou-o. Deixou-os aos dois sozinhos, embora de maneiras diferentes, no meio daquela ilha perdida no Equador.
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Mas aquilo que realmente nos apaixona no livro é a história do homem que, contra tudo e todos, lutou por um ideal e tentou, por todos os meios que tinha, mostrar aos habitantes das ilhas o caminho a seguir. Luís Bernardo era a coragem em pessoa.
Numa manhã chuvosa de Dezembro de 1905, entrou no Palácio de Vila Viçosa sem saber ao que ia e saiu de lá com o destino tragicamente traçado.
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Quando chegou a S. Tomé ganhou inimigos sem ter feito por isso e ainda assim lutou contra uma ilha inteira pela qual se apaixonou, quase sem se dar conta. Luís Bernardo amou pela primeira vez algo e alguém. Amou a ilha e amou Ann. A mulher que lhe trouxe a vontade de viver naquele desterro e que contribuiu com o seu abandono para que ele optasse pelo pior caminho: o suicídio.
Luís Bernardo não teria abandonado S. Tomé, não teria abandonado os trabalhadores escravos da ilha, não teria abandonado os amigos, não teria abandonado a sua missão, enfim, não teria abandonado a vida se não fosse esse amor pela mulher daquele que ele sabia gostar sinceramente e que admirava como amigo: David.
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Uma história fascinante sobre um momento complicado da história de Portugal. Um romance que nos “obriga” a amar verdadeiramente S. Tomé tanto quanto Luís Bernardo a amou.
De uma maneira ou de outra Equador é um livro comovente. Tanto pela história de amor de Ann e do Governador de S. Tomé e Príncipe, como pela força e pela coragem com que Luís Bernardo Valença enfrentou a dura realidade portuguesa em S. Tomé: o trabalho escravo.
Certamente o melhor livro que li até hoje, porque é irremediavelmente apaixonante.
Sofri, senti e chorei com Luís Bernardo. Senti o ódio e a raiva que lhe corriam nas veias por todos os que ousaram fazer-lhe frente. Senti o carinho sincero e a admiração que ele tinha por David e o amor por Ann. Senti o esforço que ele fez para tentar levar a sua missão de acabar com o trabalho escravo em S. Tomé a bom porto. Irritei-me muitas vezes por não poder interferir no curso natural da história e o resultado de toda esta entrega não podia ser melhor. Amei o livro desde a primeira linha até à última palavra e foi sem dúvida um marco para mim lê-lo mais do que qualquer outro livro.
Equador é um encanto e com toda a certeza não passará despercebido a todos os que gostam de ler e até aos que não gostam pois transporta-nos para uma realidade que não conhecemos mas que foi verdade e que para muita gente ainda está bem viva na memória.
A meu ver não há nada que se possa dizer menos bom no livro. Tudo é emocionante. Tudo é fantástico. Tudo é perfeito.
Uma história admiravelmente bem escrita, comovente e perturbadora, Equador é um livro ao qual é impossível resistir.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

O Início



Hoje decidi que talvez fosse uma boa altura para tentar mudar... Mas mudar de quê e para quê? Apenas para me sentir escondida de um munda que nunca me compreenderá... Prefiro viver sob a forma de uma borboleta porque assim sei que me posso sentir livre... Posso até estar apenas a fugir de probmlemas ou momentos que não quero recordar, mas por agora estou bem assim e prefiro camuflar a tristeza...

Dark kisses